-Fala, Lú! - Gritou José ainda longe do amigo e já estendendo a mão.
-Fala, cara! Tudo bom?
-Uhum, e você?
-Ah! tô com um sono da porra! Vamos nos aquecer um pouco antes de fazer o exercício pesado?
-Vamos. Só não vai dormir que eu não tô a fim de arrastar ninguém pra casa hoje.
-Risos-
Depois de algumas voltas em torno da quadra, os dois se sentam em um banco da arquibancada.
Meio trêmulo e coçando a cabeça, Lucas diz:

-Pois é.
-Foi na casa da Carla ontem?
-Uhum- Responde Lucas meio distraído.
-Comeu ela?
-He, he! Não, a mãe dela tava em casa.
-Hum
Nesse momento um sorriso tímido e sarcástico surgiu no rosto de José, que não sabia o porque de estar aliviado por não ter acontecido nada entre Lucas e Carla. Afinal, Carla era a puta da escola, e, com certeza seu amigo merecia algo melhor que aquela piranha. José estranhou ele mesmo ao se ver criticando e avaliando à namorada do amigo. Sempre foram muito próximos, como irmãos, mas José sabia que havia algo de diferente nele. Só fazia musculação e jogava futebol para ficar mais perto do amigo, que lhe chamava muita a atenção. Mas até aí ainda não tinha relevância na vida de nenhum dos dois, pois José disfarçava muito bem essa "viadice".
Lucas era um garoto de 16 anos, alto, forte, moreno, com duas grandes pérolas negras nos olhos, que deixavam as meninas loucas. Mas ele não se desgrudava do colega de jeito nenhum. A verdade é que, Lucas sentia algo mais pelo amigo, mas nunca disse porque achava esquisito, e além disso, sabia que José era homem e não era de "viadagem". Lucas jogava futebol e fazia musculação só para passar mais tempo com o amigo, mas sabia que a amizade dos dois não iria longe, pois desde os 10 anos sente algo pelo amigo, e não iria aguentar muito sem se declarar, mesmo assim, escondia bem sua angústia atrás de um sorriso perfeito.
Depois de algumas sequências de exercícios, exausto, José diz:
-Vamô parar! Tá foda! Muito frio!
-Ha, ha! Bichinha! Tá cansadinha, já?
-Vai se foder, Lucas!-Os dois riem, Lucas levanta e estende a mão para o amigo que está deitado no chão. Os dois andam por uma trilha de pedrinhas brancas que leva até a rua, quando Lucas estende a mão para se despedir do amigo, José diz:
-Tá a fim de ir lá em casa jogar alguma coisa?
-Hum... Sei lá, tua mãe tá em casa?
-Que horas são?
-Nove e quarenta e sete.
-Não, ela já deve estar na igreja.
-Então eu vou.
Os dois andam pela rua deserta se empurrando e rindo-se muito e muito alto. Chegam à frente da casa de José. A casa de José tinha um quintal bem espaçoso, mas a casa era pequena, ele vivia lá com sua mãe apenas, a casa era amarela, ficava na parte mais alta do terreno, havia uma pequena escada com quatro degraus bem altos que eram revestidos de cacos de pisos antigos, a escada estava toda suja de folhas secas e flores que caíam de um dos pés de Ipê amarelo que haviam no imenso quintal. Abrindo o portão, José diz:

-Tá.
Os dois entram na casa, José entra na frente acendendo todas as luzes. A casa tinha uma pequena varanda, com duas cadeiras e uma mesinha, a sala era bem pequena, tinha um sofá de couro, uma mesa, uma estante com a televisão e muitos porta-retratos. José se dirige à cozinha e procura por algo no armário, tira alguns pacotes de lá e chama o amigo.
-Vem aqui. Tá com fome?
-Um pouco.
A cozinha era bem espaçosa, tinha um grande fogão, uma coifa bem antiga, uma geladeira bem grande, e uma cafeteira, que ficava em cima do balcão vermelho, no espaço entre o jogo de xícaras floridas e a dispensa. José se afasta, e já na entrada do corredor diz:
-Vou no banheiro tomar um banho, já volto.
-Tá.
José vai para seu quarto, que era o último no corredor, pega uma toalha azul com flores amarelas e dirige-se para o banheiro, que tinha uma porta de madeira com vidro fosco e uma cortina.
-É rapidinho! -Repetiu José.
-Aham.
Lucas estava em ecstasy! Com um pedaço de pão na boca, imaginava o corpo maravilhoso de José embaixo do chuveiro, totalmente nu. Para Lucas esses devaneios já haviam se tornado normais há muito tempo, ele se sentia muito à vontade com tudo isso e nunca escondera sua orientação sexual de ninguém. Mas exitava em declarar-se ao melhor amigo.
Algum tempo depois, José saiu do banheiro apenas com a toalha enrolada na cintura. Os olhos de Lucas o perseguiram pelos 4 metros que iam da porta do banheiro para a porta do quarto.
-Vem aqui! -gritou José.
-Pera aí, já vou.
-Tô esperando.
Lucas se dirige ao quarto como se o perfume de José o atraísse de longe. Senta-se ao lado do amigo na cama, José, ainda de toalha, liga o video-game.
-Porque tá me olhando? -diz José com um sorriso maldoso.
-Nada.
José também se sente atraído pelo amigo, que está suado e com a camisa colada, salientando cada parte de seu corpo escultural.
-Quer uma foto? -Diz Lucas dando um leve sorriso.
-He, he.
Os dois se olham e se desejam mutuamente, mas os dois levam tudo na brincadeira. Nesse momento, José passa a mão sobre a coxa do amigo e diz:
-Vamos apostar?
-Apostar o que? Pobrão! Só se for o seu rabo. -Risos.
-Quase isso. Aposto um boquete que ganho de você.
-Sério?
-Uhum
-Fechado.
O jogo termina e como viciado que é, Lucas ganha, ele se dirige até a porta e checa se não há ninguém em casa. José abre sua calça, ajoelha sobre o seu amigo e realiza seu sonho; Chupar seu amigo. Depois de alguns minutos, os dois gozam, o clima fica estranho no quarto, não há para onde olhar, nem explicação para o acontecido. O que os dois vão fazer? A amizade acabou? "Somos viados?"
O final da história de José e Lucas vocês só vão descobrir na parte 2 de "Apostas"
Então é isso pessoal!
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