
José estava distante, sentado olhando para a parede azul com uma faixa branca, Altivamente respondeu:
-Oi mãe.
Lucas parecia nervoso, tremia as pernas fervorosamente e olhava para o chão de tacos distraído, mesmo assim respondeu:
-Oi dona "Gi".
Lígia nem percebeu a movimentação estranha no quarto. (era comum os dois meninos se verem de toalha. Afinal, eram amigos, quase irmãos.) Saiu e foi para a cozinha.
Lucas se levantou da cama, foi para a cozinha e disse:
-Acho que vou pra casa... Tô com um pouco de dor de... de... de cabeça!
-Cê tá bem Lucas? Quer uma carona?
-Não, não! Estou bem! Andar vai ser melhor até. Não se preocupe.
-Você tá com celular?
-Uhum.
-Me liga qualquer coisa, tá?
-Tá.
-José, vem aqui levar o Lucas no portão!
-Nem precisa, dona Lígia!
Lucas saiu quieto, com as mãos no bolso, e o olhar distante. Lígia o seguiu com o olhar até a saída.
José estava sentado na cama, parado, como à cinco minutos atrás. Seus olhos estavam marejados, molhava os lábios com a língua ao mesmo tempo que os mordia. "Merda! Que porra eu fiz?! Por que eu gostei? Eu sei que ele gosta de homem mas porra! Eu não gosto! Não gosto!"
Lucas estava já na esquina, chegando em casa, estava com a blusa enrolada na cintura pois sua calça estava molhada. Pensava: "Fodeu! Ele nunca mais vai falar comigo! Eu sei como é isso, mas ele não! Porra! Eu fodi com a minha amizade por causa de uma bobagem!"
Chegou em casa, abriu o portão e subiu uma pequena rampa que levava até a porta. Sua casa era grande, azul bem clara, com grandes janelas e muitas flores no jardim bem cuidado que sua mãe orgulhosamente ostentava.
Entrou em casa, foi diretamente para o quarto, no segundo piso, lá entrou debaixo do chuveiro, ficou por quase uma hora de olhos fechados, lembrando daqueles mágicos 10 minutos. Resolveu ali que a historia morreria. Que fingiria que nada aconteceu, e assim fez.
Minutos depois entrou no Bate-papo da internet, e lá estava José. Abriu uma janela de conversa e começou:
Lúu diz:
-Oi
JoSéh diz:
-Oi
Chegou bem em casa?
Lúu diz:
-Sim
Alguns minutos de silêncio e José diz:
JoSéh diz:
-Cara, não sei o que aconteceu, me desculpa por favor! Não quero perder tua amizade mas eu gosto de você e você sabe disso.
Lúu diz:
Zé, eu também gosto de você, mas eu sei que você gosta de mulher, isso foi loucura sua, não dá pra rolar com a gente, eu só iria sofrer mais e te deixar mais confuso.
JoSéh diz:
Tô indo na sua casa, me espera na porta.
Lucas fechou a conversa, foi até a porta e lá ficou até avistar o amigo descendo a rua. Quando José chegou ao portão, Lucas jogou a chave e disse:
- Entra aí.
- Qual é a chave do portão?
- A que tem a ponta quadrada.
-Tá.
José entrou na casa do amigo de forma rápida e discreta, os dois se dirigiram para o quarto. sem ao menos um "Oi", José deu um profundo beijo em Lucas, esse se afastou e sentou-se na cama.
- Tô com medo. -Disse Lucas olhando pra baixo.
- Lucas... é... lembra daquela vez que você dormiu lá em casa na minha cama?
-Uhum
- Eu passei a noite acariciando as suas costas.
- Mas cara. Eu sei o que eu sou, sei viver assim. Mas você? Eu não sabia que... nem desconfiava...
- Lucas, eu te amo.
- Pára, José. Você nem sabe o que quer ainda.
-Lucas, eu sei. Faz muito, muito tempo que eu fico pensando em como falar isso pra todo mundo.
- Quanto tempo?
- Desde os 13.
- Hum...
- Lucas!
-Que é?
- Me ajuda?
- No que?
- Preciso de ajuda pra contar isso pra todo mundo, não sei como fazer!
- Mas você tem certeza, né?
- Uhum
- Tua mãe sabe?
- Não.
- Quando quer contar?
- Não sei. - nesse momento José começou a chorar, Lucas o abraçou e o fez deitar na cama, os dois ficaram assim por muito tempo.
-José, aquilo que você me disse sobre... Sobre... Aquilo que você me disse que me amava, é sério?
- É. Eu te amo. É esquisito dizer isso pra um homem. -risos-
- Me beija então.
-Como eu faço isso?
-He, he do mesmo jeito que com meninas.
-Ahh tá.
Entre beijos e carícias, os dois começam a se despir, pouco tempo depois estão só de cueca.
-Lucas, você não vai querer me comer, né?
- He he, não, nem que quisesse, não é a hora certa pra isso.
-Tá.
-Lucas!
-Que?
-A gente tá namorando?
-Não sei. Estamos?
-Você quer?
-Não sei, José... Você ainda tem que contar um monte de coisas pra um monte de gente... Vai ser foda, não precisa pensar em namoro agora. Juro que não vou sair de perto de você, tá?
-Tá.
Os dois namoraram em segredo por dois anos, José se assumiu para a família quando ia morar com Lucas, em um apartamento bem próximo ao cento da cidade. Os dois vivem juntos e agora que chegou Marcela os dois vivem apenas para o bebê da casa. Nem tudo é felicidade, mas a vida desses dois surgiu uma para a outra, e nada os faria desistir, nem o fato de José ter sido expulso de casa, e Lucas ter sido agredido durante uma discussão com a mãe do namorado. Os dois apenas vivem. Não esperam que nada seja perfeito, apenas que seja. Lucas vai pra África, participar de uma palestra sobre paleontologia, e José vai ficar de folga no trabalho tomando conta de Marcela. Tudo é tão simples, tão difícil, tão normal... Um casal e uma filha, nada mais. Os dois pretendem se mudar pra São Paulo, mas José prefere Brasília. Assim levam a vida, bem normal, nada de diferente, a única coisa que demorou pra acontecer nessa história, foi o amor se revelar. O conto pode não ter sido tão bom quanto esperava, mas é tudo que eu espero da vida, uma continuação cheia de descobertas e finais todo dia. Ás vezes podemos fazer uma aposta com o acaso; ele nos dá as circunstâncias, e nós lhe damos a emoção e a vontade, o resto fica à cargo do amor e da paixão.
É isso minha gente!
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Nossa, Emocionante amor. Lindooo de mais, Parabéns.
ResponderExcluirVocê me u amor viverá sempre grandes emoções.
Besitos dulces
A filha deles . Tem o nome da minha esposa.rsrsrs. Adorei.Lana
ResponderExcluirChorei! Tenho medo da vida! Nada igual vai acontecer comigo...
ResponderExcluir*-* que história linda ! o amoor supera tudo *-*
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