quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O preconceito na escola; a culpa é de quem?

O medo do aluno, a negligência e a conivência da escola, do estado, e da família. 
Eric James Borges, 19 anos,  cineasta 
nascido em uma família fundamentalista 
que chegou até mesmo a tentar
exorcizá-lo.
   A escola já é um ambiente extremamente propício     para o bullying, seja você branco, negro, asiático, magro, gordo, feio ou bonito. O direito de fazer o próximo sofrer é inalienável na adolescência, fazendo-se presente em todas as rodinhas de conversa, com trocas de farpa, amostras de status e um pouco de mentira construtiva. A porra fica séria quando os responsáveis por atenuar a irresponsabilidade dos pais ( professores, diretores e setor pedagógico) tornam-se coniventes com tais atos de extrema periculosidade para a vítima. Poucos tem noção do desespero que é sentido quando descobrimos que mandar tomar no cu não basta afastar o agressor, apenas o motiva mais, como se não fosse humilhante por si só, a situação nos leva á sala de uma Giovana, que nos ignora e nos diz "Você tem que aprender a brincar, Gabriel!". De saco cheio, o aluno procura uma DP e registra queixa contra o agressor. Pronto! Agora o aluno está salvo! Não. O estado também é conivente, tem judiciário lento, burocrático e falho. O aluno que se sente agredido é muitas vezes orientado a mudar de escola. Sim, meus caros! Mudar-se de escola. A liberdade, pela violência. É bem mais fácil deixar o jovem à mercê de ataques que, como todos sabem não serão punidos de forma alguma não é? Assim como professores, pedagogias e professores erram ao não repreender comportamentos homofóbicos, o estado erra em não dar preparo à esses profissionais para sequer lidar com a presença de um aluno transsexual, por exemplo. É preferível travestir o sofrimento do aluno com a brincadeira mal compreendida, Rafinhabastizar o agressor e tornar a vítima fresca, sensível demais, e porque não, uma bichinha. O estado é nesse caso o co-autor de cada suicídio, de cada tentativa de suicídio, de cada lágrima. O estado ao não lutar contra o bullying fere aos direitos do cidadão:  "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]" 
 Enfim! Estamos carecas de ver essa porra de trecho em todos os lugares, e há um motivo pra isso, a constituição não é levada a sério. Por ninguém. E enquanto o estado não preparar pais e professores, as escolas serão verdadeiros cursos de ignorância e violência para menores. Quase tão respeitados quanto a Fundação CASA, baluarte dos jovens criminosos prodígios. 
Jacob Rogers, 18 anos, estudante americano,
 suicidou-se devido ao assédio
que sofria.
 Precisa-se de uma política urgente contra o bullying nas escolas, precisamos de professores preparados e escolas bem estruturadas. Mas acima de tudo isso, precisamos de pais e mães que que criem seus filhos como seres humanos, como bons seres humanos. Precisamos de pais e mães que não preguem o ódio, a discriminação, o preconceito.  O MEC tem potencial para fazer um kit anti-homofobia decente, mais que isso, condições de fazer uma agenda decente para o combate ao bullying, que ultrapasse as fronteiras das salas de aula e chegue ao cerne do problema: A família. 
Philip Parker, estudante americano,
14 anos. Suicidou-se por conta do
assédio que sofria na escola
 Jameys e Philips morrerão cedo, mortos não por si mesmos, mortos pelo abandono, mortos pelo medo de um inimigo que para muitos, lhes é um "amigo de classe".

                                           







"Educação vem de casa, homofobia também. Gays nascem gays, idiotas tornam-se idiotas, e filhos da 
puta... bem esses variam." 


Invisible Creatures: A Short Film by EricJames Borges. 







                                                                               







12 comentários:

  1. Gostei da matéria, e termino com um pequeno nó na garganta. Difícil ver fotos de jovens cheios de vida e ficar sabendo que se mataram por conta de bullying. Precisamos evoluir

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  2. olá meu querido. o BULLYING é uma praga do mundo moderno. O combate contra ele deve ser feito sob diferentes enfoques. Dentro de casa, o jovem precisa falar o que sente e o que vivencia no seu cotidiano. Na escola o jovem precisa expressar seus pensamentos, se sentindo protegido para fazer isso. Na sociedade o jovem precisa se sentir livre para desfrutar dos seus direitos e deveres. Todavia, não é isso que ocorre. O MUNDO CALA, MALTRATA, ASSASSINA, DESRESPEITA o jovem que é diferente. A culpa não é do jovem! A culpa é do mundo que ainda vive sem leis e normas que contribuam para a liberdade efetiva do jovem. UMA LIBERDADE INTEGRAL E VERDADEIRA. NÃO APENAS ESCRITA EM UMA LEI NACIONAL!.

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  3. Oiii, querido,como vai? Sou a Célia Moreira, psicologa e educadora, recebi um email seu sobre a questão do Piso. Gostei muito,eu também tenho um blog: htt:p//psicoclinica-celia.blogspot.com -Cuidadando do Cuidador: O profissional da Educação. Gostaria muito que postassem no meu blog a questão do Piso e também me adicionasse como membro do teu blog e se poderei te adicionar no meu blog.
    Agradeço, aguardo retorno.
    Abraços.

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    1. Celia, amei seu blog! Tanto como educadora ou como psicóloga você é excepcional! Mesmo tendo lido apenas alguns textos, me senti muito confortável para ajudar a divulgar o "Cuidando do Cuidador: O Profissional da Educação"
      Parabéns pelo blog!

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    2. Olá, Eric, como vai?
      Muito obrigada por ter visitado meu blog e estar divulgando-o. Seu blog também é muito lindo,e principalmente o tema que você esta abordando é de grande importância para a conscientização de jovens e principalmente e os pais. Mas não podemos culpa-los, pois vivemos, apesar de estarmos no século XXI, a nossa sociedade ainda é machista e preconceituosa. Eric, assim como você,quantos(as), graças a Deus, estão quebrando as "barreiras" e conseguindo mudar esses pensamentos.
      Linda a sua atitude. Um grande abraço.
      E parabéns também pelo seu blog.

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    3. OBS.: ANTONIO GABRIEL, desculpe em trocar o nome, mas o texto do ERIC, também é muito importante.
      Abraços, parabéns a todos vocês.

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  4. É tudo muito sério. Nós, profissionais/educadores, deveríamos nos envergonhar em tapar os olhos para as diversas realidades que coexistem dentro do espaço escolar. Mas chegará um dia que saberemos que o respeito aos outros é uma extensão consequente do respeito a nós mesmos.
    Parabens! Abraços na alma!
    Edson F.
    http://www.qaeqse.blogspot.com

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    1. Olá, Edson!
      Visitei e li - um pouco - do seu blog e gostei muito!
      Gostaria de ajudar à divulga-lo, colocando-o entre os meus favoritos.

      Obrigado pelo comentário. Abraços! Boa semana!

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  5. Boa noite Gabriel estou lendo seu blog achei muitissimo interessante desde já agradeço pelas informações dadas e gostaria de tomar a liberdade de poder postar em meu face um grande abraço e continui nos deliciando com suas informações muito rica para nossa comunidade e vida bjosss.

    Sou Natashakyrsh

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  6. Olá,tenho 15 anos e sou lesbica me descobri ha muito tempo,mas so agora comecei a me assumir.Primeiramente na escola para algumas professoras,todas me aceitaram,por incrível que paraça,me senti muito bem,mas tenho receio do resto do mundo.Olhando este blog percebi que naõ estou sozinha,tem pessoas que passam o mesmo que eu e saõ super felizes do jeito que saõ.Obrigada por apoiar essa causa que é extremamente NATURAL.Beijooos de uma fã!!!!

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  7. Pois bem... o fato não é o grau de evolução de uma determinada nação com referência à sua posição ante a homossexualidade, e sim o problema que está no setor mais conservador de uma nação, que por sua vez emperra a possibilidade de levar adiante leis com o objetivo de inibir esses problemas e assegurar o direito que os homossexuais têm por excelência. Quanto às escolas, deveriam tomar melhor conhecimento desses problemas e conscientizar todos os alunos e pais, de modo a tornar a convivência em sala de aula mais sadia e sem preconceitos. No mais, falta o elemento importante que ponha fim nessa baderna homofóbica: a criminalização da homofobia, antes que seja tarde e mais jovens venham a morrer tragicamente... O que pedimos é justiça em primeiro lugar, para depois tomar-se as devidas providências contra os "donos do Estado familiar", agressores da felicidade humana. Eis o que penso... e justiça seja feita a esses dois jovens post mortem

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  8. Pra mim com certeza existem dois culpados.....01º a mídia....que coloca o gay e homossexualismo como uma berração..e segundo mediante a perseguição... os pais.... que deveriam mostrar para seus filhos que não existem diferença...entre um e outro...todos somos iguais..

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