O maior medo de quem se assume é o de não ser aceito, ser rejeitado, excluído, agredido ou algo do tipo, quando na verdade o maior perigo é o de não ser levado a sério. Principalmente quando se é adolescente, há uma grande chance de seus pais considerarem sua homossexualidade como fase, moda, ou até atribuí-la às "influências da televisão". Considero essa situação pior do que a rejeição porque ela nos coloca em uma espécie purgatório, nos põe em uma área isolada, em uma quarentena, aonde tudo que dissemos não vale nada, logo, tudo que realmente somos simplesmente não existe. Uma dica muito importante para não cair nessa armadilha é: se seus pais te oferecerem qualquer tipo de ajuda psiquiátrica, aceite. Não tenha nenhuma expectativa de cura ou algo do tipo (pois a mesma não existe), apenas vá. Com o decorrer do tempo, sua família verá que não se tratou de uma fase, mas sim de uma "mudança", e fique contente por eles intenderem ao menos dessa forma. São poucos os familiares que correm atrás, e, como num arauto de bom senso, descobrem que não se trata de uma escolha.
Também há o problema de que muitos pais se negam à levar a homossexualidade de um(a) filho(a) à sério como um sistema de "amortecimento de impacto". Eles preferem acreditar que algum dia vai passar, que isso não passa de uma modinha, ou coisa de adolescente. Nesse caso, quem deve procurar ajuda em centros especializados são eles.
Ser compreendido é fundamental para a boa convivência da família, e contar, por mais perigoso e assustador que seja, é sempre o melhor a se fazer.
É como eu sempre digo: Se seus pais te amam, eles te amam do jeito que você é. Contar que é gay nada mais é do que apresentar uma característica de nascença que, até então eles não conheciam.
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